Domingo, 29 de maio de 2016

 
Papa recebe filhos de refugiados no Vaticano

Segundo ele, imigrantes 'não são um perigo, mas estão em perigo'

Band [da ANSA]

Desde que assumiu a liderança da Igreja Católica, o papa Francisco faz apelos de ajuda aos imigrantes
Foto: Gregorio Borgia/Pool/Reuters

O papa Francisco voltou a defender os imigrantes e refugiados no sábado (28) dizendo que eles "não são um perigo, mas estão em perigo" e precisam de ajuda.

Em uma semana onde três naufrágios foram registrados no Mar Mediterrâneo, deixando dezenas de mortos, o Papa participou da iniciativa "O trem das Crianças", que levou ao Vaticano cerca de 400 crianças que vivem em centros de acolhida de imigrantes.

"Todos nós, todos, somos diferentes mas também todos somos iguais porque somos irmãos. Mas existe um perigo: as crianças são obrigadas a fugir de sua terra, com seus pais e famílias, por causa da guerra, da fome... Entram em grandes barcos e correm tantos perigos, sobretudo o de não chegar ao destino devido aos naufrágios", alertou Francisco.

Com um colete salva-vidas nas mãos, o líder religioso explicou que recebeu a peça na última quarta-feira (25) durante sua audiência geral. O objeto foi um presente de socorristas voluntários que atuam na ilha grega de Lesbos, a maior porta de entrada de imigrantes ilegais na Europa.

Foto: Gregorio Borgia/Pool/Reuters

"Chorando um pouco, me disseram: 'Padre, não conseguimos. Tinha uma menina nas ondas, mas não conseguimos salvá-la. Somente o salva-vidas'", disse Francisco.

"Perdemos esta menina. Como se chamava? Não sei. Uma menina sem nome. Cada uma de vocês pode dar o nome que quiser em seu coração. Ela está no céu e nos observa", concluiu.

Desde que assumiu a liderança da Igreja Católica, em março de 2013, o papa Francisco faz apelos de ajuda aos imigrantes. Um de seus primeiros compromissos como Pontífice foi visitar a ilha italiana de Lampedusa, no mar Mediterrâneo, onde diariamente dezenas de embarcações com imigrantes tentam chegar ao continente europeu.

Desde o ano passado, a Europa enfrenta o maior fluxo de deslocamento forçado de pessoas desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

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